quarta-feira, 18 de junho de 2008

Das inseguranças necessárias

É claro que quando a gente vive experiências fica mais fácil de escrever, expressar, organizar as idéias. Mas é um desafio bem grande falar com certeza, propriedade e verdade das experiências alheias ou, pior, da ausência completa delas. É mais ou menos como dizer que a neve é fria sem, de fato, tê-la tocado uma única vez.

Aprender com suas próprias vivências traz uma certeza de que jamais passaremos por aquilo outra vez, "eu juro por Deus", afinal, errar uma vez é humano, mais de uma é uma completa burrice. Mas a gente também nunca conta com o fator segurança. Não que queiramos errar de propósito, mas é que não conseguimos simplesmente dar um salto no desconhecido quando errar é seguro. Já sabemos como, onde e porque erramos, podemos até saber como não errar mais, mas e o que vem depois disso?

Às vezes (sempre) é preciso abrir mão da segurança se quisermos crescer. O porto seguro não é sempre tão seguro assim. Nossos medos e receios nos impedem de olhar adiante. E damos a esses medos o nome de certeza. Então, que saibamos conhecer o incerto e o duvidoso; talvez neles estejam nossas maiores certezas. Arrisquemos! Saltemos! Poderemos cair no abismo, mas quem sabe, lá embaixo não tem aquela molinha que vai nos levar a algum lugar que jamais saberíamos que existia se não tivéssemos despencado?

E viva a insegurança!

2 comentários:

Mário Neto disse...

Escreveu para mim e não sabia...

Lou disse...

eu gosto mesmo qdo as pessoas se identificam com oq eu escrevo...